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26 de Abril de 2024
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    Dilma e Serra sem margem para agradar servidores

    Especialistas apontam que ela deve manter negociações salariais e ele será mais austero

    Os cerca de 1,8 milhão de servidores civis e militares do Poder Executivo Federal, entre ativos e inativos, não devem esperar muito do futuro governo quando se trata de reajustes salariais. Tanto Dilma Rousseff (PT) quanto José Serra (PSDB) terão poucos recursos para garantir aumento ao funcionalismo nos próximos quatro anos, na avaliação de especialistas ouvidos por O DIA. Por conta do ajuste fiscal, do equilíbrio das contas públicas e dos investimentos do Estado em infraestrutura, Saúde e Educação a sucessora ou o sucessor do presidente Lula terá que manter o pé no freio.

    Aumento real como o governo Lula concedeu aos servidores não deverá ocorrer na próxima gestão. Dilma deverá garantir pelo menos a reposição da inflação, enquanto Serra, pelo perfil da política do PSDB, será mais retraído, afirma Luiz Carlos Prado, professor do Instituto de Economia da UFRJ.

    No caso de querer repetir as generosidades que Lula proporcionou ao funcionalismo reajustes de até 576% em oito anos, o próximo ocupante do Palácio do Planalto terá que mexer na carga tributária, que hoje representa 37% do Produto Interno Bruto (PIB), o conjunto de riquezas produzidas pelo País.

    Para gastar, o governo terá que arrecadar mais. Por isso, não dá para reproduzir a mesma política salarial. Até porque, a economia mundial está instável e a do Brasil não crescerá os mesmos 7% deste ano, ficando entre 4% e 5%, prevê Marcelo Mello, professor de Análise Macroeconômica do Ibmec/RJ.

    Os analistas avaliam que Dilma manterá aberto o canal de negociação com as categorias e continuará realizando concursos públicos para diversas áreas. Já uma gestão de José Serra sinaliza com congelamento de salários, praticado no governo Fernando Henrique. Além de abrir vagas para carreiras típicas de Estado, voltar a terceirizar para suprir necessidades de pessoal.

    Ressaltando que os dois candidatos não mencionaram o assunto durante a campanha eleitoral, o ex-ministro João Paulo dos Reis Velloso defende uma descentralização e maior flexibilização da administração pública: Não deve haver uma lógica política no serviço público. E, sim, sistema de planejamento semelhante ao da gestão privada.

    Devido à falta de propostas dos candidatos, os ex-ministros de FH Bresser Pereira e Claudia Costin evitaram projetar o futuro do funcionalismo no novo governo.

    'O jeito PT de administrar foi melhor'

    O auditor fiscal da Receita Federal, Robson Canha, 39 anos, acredita que o jeito PT de administrar foi melhor para os servidores e demais segmentos da sociedade do que o PSDB. Ele explicou que mesmo com todo o ajuste fiscal instalado no período FH e o congelamento dos salários do funcionalismo público, o governo não avançou em diversas áreas.

    Já o guarda de endemias, Roberto Sucro, 44 anos, se queixa dos dois últimos governos. Servidor estatutário demitido no governo Collor, foi reintegrado em 1994 pela Lei 8.878, e aguarda, assim como diversos servidores da extinta Sucam, a reintegração definitiva. Além do pagamento dos benefícios devidos na época que ficou afastado. Sucro defende que é necessária a mobilização da categoria para que finalmente um governo tome decisão definitiva sobre o assunto.

    Para o Suboficial da Marinha da reserva, Jorge Page, 52 anos, o futuro presidente não pode sancionar lei que prevê alteração na previdência dos militares. Segundo ele, há previsão de mudar o tempo de serviço de 30 para 35 anos e estabelecer fim da paridade entre ativos e inativos.

    Fonte: Jornal O Dia - Reportagem de Alessandra Horto e Max Leone

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